Chama-se gato P... P de Pépe! É esse o seu nome e acho que nunca o tinha escrito.
Tudo aquilo que alguma vez conseguir escrever sobre ele será sempre infimamente pouco comparado com o sentimento que nos unia...sim, era recíproco, eu sempre o senti.
Partiu hoje o meu amor gato, o meu amor peludo, a coisinha mais fofa e piratinha da doninha. Partiu o meu amigo e companheiro. Estava ainda a meio da sua vida e tinha tantos planos para pelo menos mais 8 anos de felicidade juntos...
Foram quase 8 anos de um amor tão puro e tão intenso...e não tenho problemas em assumir, muito mais forte do que pela maioria dos meus familiares. Foi tão fugaz...ainda à pouco lembrávamos a sua chegada...pequenininho e tão doentinho, cheio de pulgas. Tive muito medo que não resistisse mas com comprimidos, pomadas e injecções fez-se um gato lindo!!!!!!!!! E inteligente????? Nunca vi igual!
Tinha escrito um texto grande do que se passou e de como ele esteve nestes últimos meses, mas compreendo agora que isso não interessa...não é isso que quero lembrar dele!
Como escrevi no meu facebook pessoal, hoje perdi mais do que um amigo, perdi um companheiro de 8 anos...ele que me salvou...me devolveu a alegria de viver e me ensinou de novo a sorrir quando a minha vida andava estava tão perdida e achei que nunca ia sair do buraco onde me sentia estar. Devo-lhe tanto! Tanto!
Quantas vezes não ouvi dizer "ai vê lá o gato com o bebé"... para ser honesta, confesso que as primeiras vezes que me disseram isto fiquei um bocadinho preocupada... o Pépe sempre foi um gatinho extremamente mimado...por mim, pelo S. e pelos meus pais que têm uma adoração por ele, e receei os ciúmes. Nunca os teve! E digo mais, era um amigo que o I. tinha, e um protector. Quantas vezes ele não ouviu o I. chorar no banho e nos miava para vermos o que se passava...a preocupação dele a olhar para ver se o I. estava bem! Adorava deitar-se no tapete de actividades do I., mas no berço, onde ele estava, nunca lá foi (depois do I. nascer, porque antes ainda dormiu lá umas sonecas :)). Nos últimos dias ia para a cama de grades quando o I. não estava lá e eu ralhei com ele para não ir, mas puxava o edredon não fosse o caso de ele para lá ir de noite... hoje, não sei porquê ele estava lá deitado de manhã e eu disse ao S. para o deixar.
Quando o levámos para ir à vet nunca imaginei este desfecho, mas ela foi incansável. Confesso também que a primeira vez que ela vacinou o Pépe não gostei e disse duvidei que lá voltasse, mas foi do mais humano possível, tanto com o peludinho como connosco.
Está a ser horrível voltar para casa e não o ter à porta à nossa espera, fosse a que horas fosse. Olhamos à volta à espera que ele apareça a qualquer instante. Tanto eu como o S. comentamos, às vezes parece que ainda o ouvimos.
Ficámos com o seu bonequinho, acho mesmo que é a única coisa que vamos manter...é o boneco azul do filme dos monstros e companhia (não me lembro o nome do boneco). Tínha-me "saído" no Happy Meal e de tanto boneco de peluche que eu tinha, foi este que ele escolheu. Foram até hoje, inseparáveis. Assim como nós...sempre estivemos todos juntos e nunca concebemos a ideia de que fosse diferente.
Tinha tantos planos...imaginei tantas vezes o I. a gatinhar atrás dele, crescer com ele...e logo agora que o começava a descobrir.
Falta tanto, tanto para dizer dele...por agora só me restam repetir as palavras do S. no Facebook pessoal dele "Espero que a tua viagem continue com alguém que te ame como nós, pois estarás sempre ao pé de nós... aqui neste lugar...".
Descansa em Paz amor da doninha! Amo-te tanto fofinho... :'(
Tanto eu como o S. quisemos prestar uma homenagem ao nosso gatinho e "deitar" para fora esta dor tão avassaladora que tomou conta de nós...não é natural em nós este tipo de exposição, principalmente o S. que praticamente não usa o Facebook, mas acabo por querer justificar que foi uma das formas que encontrámos para "desabafar" e homenagiar o Único, O gato, O nosso Pépe.
Não coloquei foto porque não as tenho aqui no pc do S., e acredito que não vou colocar porque é muito doloroso abrir o blog e vê-lo...como está a ser no Face.
4 comentários:
É muito duro quando se perde uma parte de nós.
Jocas
É assim mesmo que me sinto...nunca vou conseguir traduzir em palavras a dor que sinto e o que ele é...o que ele sempre será. Lindo, espertalhão, meigo, piratinha...é tanto, tanto, tanto...o melhor, O ÚNICO! Já tinha escrito algumas vezes sobre ele e quem me conhece (me conhece mesmo, não apenas é "conhecido"), sabe a loucura que sempre lhe tive... :'(
Obrigada por teres passado por cá. Bjinho
Oh amiga, que tristeza. Há muita gente que não entende o que é ter um grande amigo e companheiro num animal. São parte da familia e muita gente fica chocada quando faço esta afirmação, mas para mim a minha cadelinha foi um grande suporte. O R. deu-ma algum tempo depois da nossa perda... claro que não foi uma forma de substituir o meu filho que não chegou a nascer, mas trouxe sem dúvida muita luz à minha vida. Passados uns meses quando comecei os tratamentos para engravidar a minha cadelinha veio muitas vezes deitar-se ao meu lado no chão, quando chorava triste ao fim de mais um ciclo perdido. Ela foi o meu "ombro" amigo quando não me apetecia desabafar sobre o assunto com mais ninguém. Felizmente ainda a tenho e vejo nela uma grande companheira, por isso só posso desejar que a dor que agora sentes pela partida do teu gatinho amenize e que encontres conforto nos momentos felizes que passaram juntos. Um grande beijinho e um abraço gigante.
Obrigada pelas tuas palavras Lili... O Pépe chegou numa altura em que já ninguém me podia ajudar e me sentia tão perdida. Estava na faculdade e o S. estudava e trabalhava...era muito complicado porque não me fazia a companhia que ele sabia que eu precisava. Decidimos ter um cão ou um gato, mas depois achámos que seria complicado. Numa altura em que já não pensávamos nisso um colega dele do trabalho disse que tinha gatinhos para dar. Fiquei com um. Pelo telefone o S. perguntou-me se eu tinha preferência na cor...eu não tinha nenhuma. Disse apenas que se houvesse algum com o narizinho cor-de-rosa, era esse. E havia um...cinzentinho e branco com o nariz rosinha. Chegou no dia Seguinte e ele vinha tãoooooooo doente! Irresponsável da dona da mãe dele, tinha os gatinhos e a mãe ao Deus dará. Foi amor à primeira vista...e vai durar para sempre!
Acompanhou-me no resto do curso, foi comigo quando fiz o estágio e fazia comigo 1h e 30 min de caminho para Coimbra todas as 5ªs-feiras e lá passávamos o fim-de-semana. Nunca o deixei sozinho uma noite que fosse...nunca consegui. Quando vinha ao Algarve, fossem férias ou um simples fim-de-semana...lá vinha ele :).
Casei e ele cá esteve...sempre presente. Ainda hoje disse ao S., nós nunca conhecemos esta casa sem ele e custa horrores andar por aqui sem o ter ao nosso lado :'(.
Não tenho problemas nenhuns em assumir que o amo muito mais do que à maior parte da minha família. Ele é da minha família!
Acompanhou-me em tanta dor e não me podia ver chorar...vinha sempre deitar-se ao meu lado...sempre. E quando tive as perdas não foi diferente. Acompanhou a gravidez do I. e esteve sempre ao meu lado...enquanto estava "enfurnada" naqule quarto e deitada naquela cama, ele estava lá comigo...deitado ao meu lado ou aos meus pés.
E agora, era já um companheiro tão grande para o I.... Dói demais :'(
Beijinho e muito, muito obrigada pelas palavras e pela compreensão
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